O Boletim Climático do Observatório Copernicus, o Serviço Europeu de Mudanças Climáticas, lançado hoje (11), registrou maio de 2025 como o segundo mês de maio mais quente da história dos registros da base de dados ERA5.
Out now: the May 2025 #C3S Climate Bulletin reports the second-warmest May globally, 1.4°C above the pre-industrial level. SST reached 20.79°C, marking also the second-highest on record.
Copernicus ECMWF (@CopernicusECMWF) June 11, 2025
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Com uma temperatura média global de 15,79°C, ficou atrás apenas de 2024, o ano mais quente da história - por enquanto. Confira os destaques do boletim.
A média de 15,79°C pode não parecer muito elevada a uma primeira vista, mas este valor representa:
Este novo recorde foi impulsionado principalmente por um forte aquecimento na Antártida (com quase 12°C acima da média de 1991-2020), pelo Oriente Médio (ondas de calor extremas no Irã e Paquistão), Ásia Ocidental, nordeste da Rússia, norte da China e norte do Canadá.
Anomalias frias foram registradas:
Na Europa, houve grande contraste entre a parte leste (fria) e oeste (quente), enquanto a Islândia registrou a maior anomalia quente devido a uma onda de calor incomum (novo recorde nacional de temperatura para maio, de 26,6 °C), a Bulgária teve um dos três maios mais frios desde 2005.
Assim como a temperatura do ar, a temperatura da superfície do mar (TSM) também registrou seu segundo valor global mais alto da história: 20,79°C, 0,38°C acima da média de 1991-2020.
Este valor é apenas 0,14°C abaixo de maio de 2024 e 0,02°C acima de maio de 2023. Desde março de 2023, as SSTs diárias superaram todos os anos anteriores - recorde absoluto por mais de um ano.
Esta anomalia foi impulsionada principalmente pelo aquecimento do nordeste Oceano Atlântico Norte, que registrou uma onda de calor marinha com pico de TSM diária de até 4°C acima da média próximo à Irlanda. Destaque de aquecimento também para o Oceano Índico e o Pacífico Equatorial ocidental.
Juntamente com julho de 2024, que registrou 1,48°C de aquecimento, maio de 2025 foi apenas o segundo mês, entre os últimos 23, a não ultraar o limite de 1,5°C em relação ao período pré-industrial, definido pelo Acordo de Paris.
Apesar de ter sido o segundo maio mais quente já registrado, a anomalia mensal ficou consideravelmente abaixo das elevações excepcionais observadas entre julho de 2024 e abril de 2025, que variaram entre 1,48°C e 1,78°C.
Porém, como alerta o Carlo Buontempo, diretor do Copernicus no ECMWF:
Considerando a tendência atual, a expectativa é que o planeta ultrae de forma definitiva o limiar de 1,5°C já em 2029. Se essa meta era o teto de aquecimento até o final do século, sua antecipação revela um cenário alarmante: o que nos aguarda são justamente os piores cenários projetados pela ciência — com impactos climáticos cada vez mais severos e difíceis de reverter.
Surface air temperature for May 2025, publicado em 11 de junho pelo Copernicus.