Avistar um arco-íris é um momento mágico, no qual somos capazes de contemplar o poder e a beleza da natureza. Mas será que céus mais coloridos são, de fato, algo bom para nós? A pergunta incentivou um grupo de pesquisadores a tentar entender melhor o fenômeno.
O fato é que, até pouco tempo atrás, os cientistas não tinham ideia de como as mudanças climáticas afetariam a ocorrência de arco-íris. E agora, finalmente, isso mudou - com a publicação de um estudo liderado por Kimberly Carlson, professora de ciências ambientais na Universidade de Nova York.
Havent seen a rainbow pose so well for a picture in a long time. My village people Othaya Nyeri pic.twitter.com/G3ywPWTvx7
— SCOTT (@henry_kianduma) December 11, 2022
Primeiramente, precisamos entender por que arco-íris se formam. Alguns ingredientes são necessários para se avistar esse fenômeno:
O time de cientistas descobriu que era possível buscar estas condições exatas em modelos climáticos, comparando-as com observações reais de arco-íris. Desta maneira, seria possível confirmar se os modelos eram capazes de prever o fenômeno com precisão. Os resultados foram positivos.
Assim, o estudo utilizou modelos matemáticos computacionais para simular condições futuras propícias à formação de arco-íris. Quando a equipe avançou para o ano de 2100, descobriu que o planeta terá maior propensão à ocorrência de arco-íris.
Os aumentos realmente significativos, no entanto, estarão concentrados em locais específicos. Na Rússia, no Canadá e no Alasca, assim como em locais extremamente elevados como o planalto do Himalaia, podem haver até 50 dias a mais por ano com ocorrências de arco-íris.
Isso revela, no entanto, padrões que podem ser péssimos para o planeta. Os aumentos no Ártico, por exemplo, se darão porque a precipitação de lá - que ocorre predominantemente como neve congelada - ará a acontecer na forma de chuva líquida, graças ao aumento das temperaturas.
Os modelos indicaram ainda que a Amazônia, hoje rica em arco-íris, será atingida por secas com maior frequência, e isso diminuirá a ocorrência do fenômeno por lá. O mesmo ocorrerá no Mediterrâneo e no sul da África, que ficarão cada vez mais secos no futuro.
Tecnicamente falando, espera-se que nuvens se tornem menos comuns e mais rarefeitas nesses locais com o ar dos anos. E como as nuvens ajudam a resfriar o planeta, refletindo a luz solar de volta para o espaço, este resultado pode amplificar ainda mais o aumento das temperaturas globais.
Nesse sentido, a ocorrência elevada de arco-íris no planeta pode ser vista como um sinal de perigo, e não como algo positivo. Inclusive, é assim que arco-íris são vistos em diversas culturas ao redor do mundo, já que estão geralmente associados a condições meteorológicas extremas, como tempestades intercaladas com a luz do sol.
Seja como for, cada pequeno o na pesquisa meteorológica enfatiza ainda mais que precisamos cuidar do nosso planeta. Iniciativas de contenção dos danos climáticos não podem mais ser adiadas. É preciso agir.