Como já havíamos noticiado aqui na Meteored Brasil, nos primeiros 11 dias do mês de setembro, o bioma Pantanal registrou mais do que o dobro do total de incêndios em comparação com setembro de 2023. Confira o ranking atualizado de focos de incêndio por estado:
Embora o Pantanal tenha atingido esse recorde, ele não é o bioma com mais focos de incêndio em 2024. A Amazônia lidera com 93.442 focos, seguida pelo Cerrado com 60.900, Mata Atlântica com 16.551, Pantanal com 10.666, Caatinga com 4.793 e, por último, o Pampa com 340 focos.
Mas o que explica o recorde de incêndios nos biomas do Brasil? Especialmente no Pantanal e Cerrado.
Um estudo recente do MapBiomas revelou que a superfície de água no Brasil voltou a ficar abaixo da média em 2023, especialmente nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima e Rio Grande do Sul.
Quando a água da chuva não penetra no solo, ela segue diretamente para os corpos d'água e escoa em direção ao mar, resultando na ausência de acúmulo significativo de água. Um exemplo disso é a estiagem severa, devido ao fato de que o lençol freático frequentemente apresenta níveis muito baixos, incapaz de manter o fluxo d'água durante períodos prolongados de seca.
Estamos no período seco em algumas partes do Brasil, especialmente nas áreas do Pantanal e Cerrado, que normalmente começa em junho e vai até o final de setembro. Porém, a seca chegou de maneira antecipadamente nestes biomas, quase um mês antes do previsto, e já no início de junho era possível observar focos de incêndio se espalhando. Outro aspecto a ser destacado é o número de ondas de calor que atingiram o Brasil Central neste ano: seis desde o início da temporada de incêndios.
Para os próximos meses, outubro, novembro e dezembro, o modelo de confiança da Meteored, o ECMWF, não mostra um cenário muito otimista a respeito da precipitação na região do Brasil Central.
A previsão indica anomalias negativas de precipitação no extremo norte do Brasil e um padrão irregular de chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Sul da Região Nordeste. Isso significa que não há expectativa de chuvas significativas para os próximos três meses no Pantanal, e especialmente no Cerrado.
Mas por outro lado, a previsão indica anomalias positivas de precipitação no Norte, principalmente no estado do Amazonas, que também enfrenta uma seca severa nos principais rios da região.