No que um dia poderá ajudar a salvar a vida de pacientes com câncer de pulmão, os pesquisadores desenvolveram um robô excepcionalmente flexível, mas robusto, capaz de navegar através do tecido pulmonar.
Num estudo publicado na revista Science Robotics, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e da Universidade Vanderbilt demonstraram a capacidade do robô de navegar autonomamente num modelo de laboratório vivo, evitando estruturas críticas como vias respiratórias e vasos sanguíneos.
O câncer de pulmão é a principal causa de mortes relacionadas ao câncer nos Estados Unidos e representa um desafio significativo devido aos tumores pequenos e difíceis de alcançar nas profundezas do tecido pulmonar.
Dr. Jason Akulian, coautor e Chefe da Seção de Pneumologia Intervencionista e Oncologia Pulmonar, explicou que a nova tecnologia permitiria aos cirurgiões atingir alvos que de outra forma não conseguiriam com um broncoscópio padrão ou mesmo robótico. “Isso lhe dá alguns centímetros extras ou até mesmo alguns milímetros, o que ajudaria imensamente na busca de pequenos alvos nos pulmões”, disse ele.
O robô, projetado para procedimentos complexos como biópsias pulmonares, utiliza uma agulha feita de liga de níquel-titânio, gravada a laser para maior flexibilidade. Em seguida, um software baseado em IA, combinado com modelos 3D do pulmão criados a partir de tomografias computadorizadas, guia a agulha de um ponto a outro, evitando obstáculos em tempo real – como um carro autônomo.
O esforço colaborativo entre medicina, ciência da computação e engenharia produziu esta agulha dirigível autônoma, compacta, mas avançada.
Dr. Ron Alterovitz, investigador principal do projeto, disse que ele é semelhante a um carro autônomo, pois “navega pelo tecido pulmonar, evitando obstáculos como vasos sanguíneos significativos enquanto viaja até seu destino”. Ele acrescentou que também pode ser responsável pelo movimento pulmonar devido à respiração, aumentando a precisão.
Embora a pesquisa seja promissora, os pesquisadores item que ainda há refinamentos a serem feitos. No entanto, estão entusiasmados com o potencial da inovação – ultraar os limites da robótica médica tendo a segurança como prioridade máxima.
“Planejamos continuar a criar novos robôs médicos autônomos que combinem os pontos fortes da robótica e da IA para melhorar os resultados médicos para pacientes que enfrentam uma variedade de desafios de saúde, ao mesmo tempo que fornecem garantias de segurança do paciente”, acrescentou Alterovitz.