Dois surtos em andamento do vírus Marburg (MBV) foram confirmados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), acontecendo no continente africano, nos países Guiné Equatorial e Tanzânia.
First ever outbreak of #Marburg in #Tanzania confirmed. @WHO is ing the government to carry out epidemiological investigations - identify cases and s - and to provide them with care.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) March 22, 2023
We continue ing the ongoing Marburg outbreak response in Equatorial Guinea. https://t.co/DRP99ngbKJ
Ainda em fevereiro de 2023, Guiné Equatorial registrou nove indivíduos que faleceram da febre hemorrágica viral, doença que pode ser causada pelo vírus Marburg, um vírus "parente" do Ebola, já conhecido por seus surtos no continente africado. Em 21 de fevereiro, a OMS confirmou que os nove casos confirmados vieram a óbito, e mais de trinta contatos iniciaram o acompanhamento. O primeiro caso de MBV detectado em Guiné Equatorial foi em 2021.
Recentemente, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, confirmou o primeiro caso registrado de MBV na história da Tanzânia. Segundo a reportagem, "testes de laboratório foram realizados depois que oito pessoas na região desenvolveram sintomas da doença “altamente virulenta”, incluindo febre, vômitos, sangramento e insuficiência renal". Dessas oito pessoas, cinco vieram a óbito, incluindo um profissional de saúde. Ainda, mais de 160 contatos de infectados estão sendo monitorados.
Atualmente, não há vacinas ou medicamentos aprovados para prevenir ou combater a doença causada pelo MBV. No entanto, a terapia de e pode ser uma importante ferramenta em manter o paciente estável em busca da recuperação pelo organismo.
Análises genéticas realizadas pelo Instituto Pasteur com amostras do surto de Guiné Equatorial mostraram semelhanças entre o vírus que circula atualmente no país, com o vírus responsável pelo maior surto de Marburg registrado, em Angola entre 2004 e 2005.
A OMS considera o risco de alastramento para a região africana como moderado, e o risco de dispersão global como baixo. No entanto, ainda que baixo, a ampliação da circulação do vírus para outros países africanos, chegando em grandes portos ou aeroportos pode levar o vírus para outros lugares, elevando o risco de uma maior dispersão.
Em reportagem para a BBC, o virologista Fernando Spilki reforça que a vigilância de agentes infecciosos de importância para a saúde não pode ser negligenciada. A falta de investimento no desenvolvimento de vacinas, medicamentos, bem como no monitoramento da circulação desse e de outros vírus traz riscos importantes para a sociedade ver novas - e velhas - epidemias surgirem.
E fica a reflexão: o risco é baixo até não ser mais, não é?