Estudos recentes revelaram que a radiação ultravioleta (UV) em Marte é significativamente mais intensa do que se entendia anteriormente, com implicações tanto para a habitabilidade potencial do planeta quanto para a proteção da Terra contra contaminação interplanetária.
A fina atmosfera de Marte, composta principalmente por dióxido de carbono, oferece proteção mínima contra a radiação solar e cósmica. Ao contrário da Terra, que é protegida por uma robusta camada de ozônio, a atmosfera de Marte permite que uma quantidade substancial de radiação UV atinja sua superfície.
A radiação UV-A é a forma menos energética e representa cerca de 80% da radiação UV que atinge a superfície marciana. A radiação UV-B, que carrega mais energia e representa um risco maior para os organismos vivos, representa cerca de 15%. O tipo mais perigoso, a UV-C, é altamente energética e representa aproximadamente 5% da radiação UV total.
#PPOD: Mars' Thin Atmosphere
— The SETI Institute (@SETIInstitute) May 13, 2025
Did you know that #Mars has an atmosphere ️? It's very thin and not breathable for humans, but it does have wind and can carry dust around the planet. This image, captured by ESA's Mars Express ️, shows that thin atmosphere, fading away into the pic.twitter.com/ppS0d7qcg7
Ao contrário da Terra, onde grande parte da radiação UV-B prejudicial e quase toda a radiação UV-C são bloqueadas pela camada de ozônio, a fina atmosfera de Marte permite que esses raios atinjam a superfície quase sem filtragem. Esses níveis são comparáveis aos que se acredita terem existido na Terra primitiva, sugerindo que, sob certas condições, a vida poderia ter existido em Marte no ado.
A intensa radiação UV em Marte representa desafios significativos para a sobrevivência da vida. No entanto, estudos demonstraram que alguns microrganismos, como os esporos de Bacillus subtilis, apresentam notável resistência à radiação UV.
Experimentos simulando as condições marcianas demonstraram que esses esporos podem sobreviver à exposição prolongada à radiação UV-C, especialmente quando protegidos da luz solar direta. Essa resiliência levanta a possibilidade de que a vida microbiana, se alguma vez existiu em Marte, poderia ter desenvolvido mecanismos de proteção contra os danos induzidos pela radiação UV.
A sobrevivência de micróbios originários da Terra em Marte pode levar à contaminação do ambiente marciano, complicando os esforços para detectar vida nativa marciana. Portanto, medidas rigorosas são necessárias para evitar a contaminação durante missões a Marte.
This is Mars!
— Curiosity (@MAstronomers) May 18, 2025
140 million miles away from us!pic.twitter.com/oYZQAkyUEZ
O estudo da radiação UV em Marte não só aprimora nossa compreensão do ambiente do planeta, como também informa nossa abordagem para futuras explorações e a busca por vida fora da Terra. À medida que continuamos investigando o potencial de Marte para abrigar vida, tanto no ado quanto no presente, é crucial considerar o papel da radiação UV na formação de sua habitabilidade e implementar estratégias eficazes de proteção planetária.