Os alagamentos no estado do Rio Grande do Sul estão mostrando uma realidade que já se mostrava muito óbvia há muito tempo. Nos últimos 10 anos, mais de 90% dos municípios brasileiros foram atingidos por desastres naturais como inundações, deslizamentos, alagamentos e enxurradas.
Subiu para 149 o número de pessoas mortas pelas enchentes no estado, e com cerca de 79.494 pessoas em abrigos. Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes em 446 municípios do estado. Agora, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou uma estimativa do valor do prejuízo de municípios gaúchos atingidos por fortes chuvas desde o fim de abril.
Os dados da CNM são parciais e devem aumentar no decorrer dos próximos dias, visto que muitos municípios ainda não possuem dimensão do estrago das enchentes. O prejuízo foi estimado para apenas 73 municípios gaúchos, que são aqueles que começaram a inserir os valores de prejuízos públicos e privados.
Até o momento foram contabilizados mais de 8,9 bilhões de reais de prejuízos financeiros, sendo 2,4 bilhões de reais no setor público e 1,9 bilhão no setor privado. E cerca de 105 mil habitantes foram impactados pelas enchentes, totalizando um prejuízo de 4,6 bilhões de reais. Os valores tendem a sofrer constantes alterações para mais ou menos à medida que as verificações são realizadas nas cidades gaúchas.
O principal setor público afetado foi o de obras de infraestrutura que abrangem pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos e sistemas de drenagens urbanas, com prejuízos estimados em 1,7 bilhão de reais. No setor privado, o ramo da agricultura foi o mais afetado até agora, com 1,3 bilhão de reais em prejuízo.
Dados atualizados até a última terça-feira (14):
Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), cerca de 95% da atividade econômica do estado foi afetada pelas consequências causadas pela forte chuva no fim de abril. A região serrana é considerada a mais atingida, pois atende a produção de segmentos metalmecânicos, como veículos, máquinas, produtos de metal e móveis.
A ocorrência cada vez mais frequente, e com maior grau de impacto desses eventos extremos está relacionada aos problemas ambientais causados pelo aumento da população urbana. Especialistas afirmam que, essas mudanças climáticas afetarão desigualmente diversas partes do Brasil e também do mundo, com prejuízo principalmente das regiões mais pobres.
Ou seja, eventos como este que acontece atualmente no Rio Grande do Sul, com municípios inteiros atingidos por inundações, deslizamentos e enxurradas, vem se tornando uma triste realidade das periferias urbanas.